Desafio empresarial do compliance
O Brasil figura entre os países com maiores índices de corrupção no ranking do Fórum Econômico Mundial, o que tem elevado a preocupação de empresários e empreendedores em torno da ética e da conformidade nas organizações. Garantir que uma empresa esteja em conformidade com normas legais e padrões éticos não é tarefa simples — exige tempo, cuidado e comprometimento com a integridade.
Para ajudar no enfrentamento a fraudes e comportamentos inadequados, listamos a seguir algumas boas práticas que podem fortalecer a cultura de compliance e proteção ao negócio:
1. Saiba com quem você está lidando
Conhecer profundamente colaboradores, clientes, fornecedores e os próprios produtos é essencial. Informações que escapam aos olhos das auditorias formais podem ser percebidas pelas pessoas que fazem parte da operação. No caso dos colaboradores, por exemplo, é importante não apenas avaliar o currículo, mas investigar referências, histórico profissional e valores pessoais.
Ferramentas como avaliações de integridade e testes de pressão ética podem ajudar a identificar perfis de maior risco, permitindo decisões mais assertivas. Da mesma forma, estender os critérios de compliance aos parceiros comerciais é um passo importante para evitar vínculos com empresas envolvidas em práticas irregulares.
2. Promova uma cultura de ética
Fomentar comportamentos éticos no ambiente corporativo é um investimento valioso. Lideranças que incentivam a integridade e reforçam a importância das normas estabelecem um padrão positivo de conduta. Isso influencia diretamente na motivação, no clima organizacional e na redução de irregularidades.
3. Identifique vulnerabilidades e monitore com eficiência
Nenhuma empresa está imune a riscos. Por isso, é importante mapear pontos frágeis do negócio e adotar controles internos que possam prevenir e detectar falhas ou fraudes. Um sistema eficiente de monitoramento ajuda a proteger o patrimônio e garantir a continuidade da operação.
4. Estabeleça políticas claras de segurança da informação
Proteger os dados da empresa é essencial. Isso envolve definir normas e processos que assegurem a confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações. Essas diretrizes precisam ser revisadas com frequência, especialmente diante de mudanças tecnológicas ou operacionais.
5. Controle o acesso às informações com critério
Gerenciar quem tem acesso a quais informações dentro da empresa é um dos pilares da segurança. Mais do que aprovar solicitações de acesso, é necessário entender os riscos de cada permissão concedida e garantir que os acessos estejam alinhados com as responsabilidades de cada colaborador.
6. Realize auditorias regularmente
Auditorias internas e externas são ferramentas essenciais para avaliar a eficácia das políticas de compliance, os controles internos e os processos de governança. Além de identificar problemas, elas contribuem para a melhoria contínua da gestão.
7. Conte com um conselho de administração ativo
Hoje, mesmo empresas de médio porte têm reconhecido o valor de um conselho de administração independente, que possa atuar com visão estratégica e isenta. A renovação periódica dos membros e a adoção de um código de conduta fortalecem ainda mais sua atuação.
8. Crie comitês dedicados à auditoria e riscos
Comitês especializados contribuem diretamente para a integridade da organização. O comitê de auditoria deve acompanhar a consistência das demonstrações financeiras e dos controles internos. Já o comitê de risco deve atuar de forma preventiva, antecipando possíveis desvios e propondo ações corretivas.
Conclusão
Construir uma cultura sólida de ética e compliance é um processo contínuo, mas que traz ganhos duradouros em reputação, eficiência e confiança do mercado. Investir em mecanismos de controle, governança e prevenção é, mais do que nunca, uma decisão estratégica.